Nibiru: Age of Secrets

Postado por l. a. Neuhaus 17 maio 2009


As aventuras point & click regressam neste fantástico jogo onde um arqueólogo é chamado a resolver o mistério em torno de umas minas activas durante a Segunda Guerra Mundial.


Nibiru conta a história de um arqueólogo, Martin Holan, que é chamado por seu tio François, um distinto professor universitário, a investigar a recente descoberta de umas minas em Praga. François decide enviar Martin ao encontro de uma sua colaboradora, Barbora Kanska. Assim que chega a Praga, Martin desencontra-se com a suposta informadora, enveredando a partir daí numa aventura sem regresso.

Nibiru apela ao nosso sentido de orientação, lógica, concentração e perícia a fim de dar resposta aos inúmeros puzzles e obstáculos enfrentados pela personagem Martin ao longo de todo o jogo. O seu grande desafio está precisamente na forma como a história se desenrola desde o momento que Martin se apercebe estar perante uma série de assassinatos sem resposta. Muitas das personagens com as quais temos de interagir apresentam-nos dificuldades a superar, de forma a conseguirmos evoluir na narrativa.

O jogo tem uma acção linear, na medida em que somos muitas vezes restringidos a certas áreas e cenários, não sendo particularmente difícil. Caso estejamos «encravados» e não consigamos evoluir, é necessário pesquisar com atenção redobrada os mais ínfimos detalhes e nada deixar escapar. Só assim nos é permitido avançar na história, sendo os puzzles e enigmas, na maioria das vezes, bastante lógicos, o que nos motiva a cada superação.

O controlo é feito através das interacções point & click, e jogado na terceira pessoa, mantendo-se fiel ao que há de mais puro no género de aventuras gráficas, não enveredando por caminhos mais duvidosos como alguns jogos de renome (Monkey Island 4 ou Larry Magna Cumbe). O sistema de inventário é bastante fácil e prático de gerir cativando logo de início. Há ainda que ter em atenção à combinação entre os objectos, presentes no inventário, com o ambiente e ainda entre si.

Em termos gráficos, Nibiru revela-se à altura de muitos dentro do género apostando nos detalhes e efeitos «sombra» para melhor se aproximar da realidade dos bosques ou das cidades. Poder-se-á dizer que estamos perante gráficos simples, mas agradáveis, capazes de nos transportar para toda a ambiência da aventura. Quem já jogou o jogo Black Mirror irá notar bastantes semelhanças entre ambos, principalmente no que toca ao desenho gráfico e jogabilidade.

No som o destaque vai para as vozes das personagens. Algumas delas, sendo europeias, apresentam sotaques acentuados, sendo fácil distinguir se estamos perante um americano ou um francês, o que contribui para dar mais realidade ao jogo. A voz de Martin Holan está bem conseguida tanto a nível de expressão como de interpretação.

É com grande satisfação que constatamos que as aventuras point & click continuam no activo e de forma bastante apresentável. A história surge associada à intriga, ficção e especulação. As interacções entre personagens e objectos estão bastante interessantes.

Alguns puzzles são mecânicos e outros limitados pelo tempo e, em caso de morte ou falha, podemos sempre recomeçar a partir do ponto onde a morte ou a falha ocorreram. No entanto, recomenda-se a gravação periódica do jogo, uma vez que este pode ser gravado infinitas vezes.

Sendo ou não um «irmão» de Black Mirror o que é certo que Nibiru marca ainda alguma diferença, obrigando-nos a explorar até ao fundo todas as questões e ambientes. Por tudo o que foi dito, recomenda-se.

Jogos IOL






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