Blacksite: Area 51 é um jogo de tiro em primeira pessoa baseado na liderança e trabalho em equipe. Tanto os elementos da jogabilidade quanto fatos ocorridos ao longo do jogo levam os personagens a um conflito moral, que é explorado de diversas formas.
Você assume o papel de Aeran Pierce, um comandante das forças especiais que deve conter uma invasão alienígena a uma cidadezinha no estado de Nevada, Estados Unidos. Para ajudá-lo, Pierce tem dois soldados subordinados, Cody Grayson e Mitchell Ambrose, um matador implacável e um soldado idealista que se atém a ordens, respectivamente.
O grande diferencial do game é a necessidade de utilizar sua equipe de forma tática através de ordens como arrombar portas ou dar cobertura. Os soldados subordinados cumprem suas ordens, entretanto, eles são tomados pela desilusão ideológica, desânimo e fadiga caso o jogador não seja um líder responsável.
As modalidades multiplayer online incluem os clássicos Death-Match, Team Death-Match e Capture-the-Flag, além dos modos Human vs. Reborn e Siege (modalidade na qual o jogador deve capturar os membros do esquadrão inimigo).
Iraquianos e alienígenas
O game apresenta o protagonista Aeran Pierce, membro da tropa de elite Delta Force, cuja missão é investigar a existência de armas de destruição em massa no Iraque. Em conversas paralelas, os soldados divagam sobre assuntos espinhosos, como o tratamento de prisioneiros (Abu Ghraib aparece como cenário) e a validade da tortura. Muitas das fases têm títulos relacionados com frases ditas por membros do governo Bush sobre a guerra contra o terror. Mas não se trata de um game sobre o conflito no Iraque, mas de estranhas criaturas alienígenas, no qual o governo está metido até o pescoço.
Críticas à administração Bush a parte, "Blacksite: Area 51" é um típico game de tiro em primeira pessoa, bem genérico. Não é um jogo ruim, mas não se encontra nenhum diferencial que o faça distinguir de outros títulos do gênero. Afinal, a concorrência é chumbo grosso: "Crysis", "Halo 3", "BioShock", "Gears of War", "Call of Duty 4" e por aí vai.
O título até começa bem, trazendo cenários de bom impacto visual do Iraque. Nota-se estátuas do ex-ditador Saddam Russeim espalhadas pelas vilas, placas em árabe, em por exemplo. Nos primeiros combates, causou surpresa que os abrigos são destrutíveis, mas é apenas uma boa impressão inicial. No fim das contas, a quantidade de objetos quebráveis é pequena.
Nas primeiras fases, a impressão é de estar jogando um "Call of Duty" que se passa no Oriente Médio, mas sem a dramaticidade que caracteriza o clássico da produtora Infinity Ward. Logo o título se mostra sem inspiração, repetindo inimigos, burros como uma porta, e os cenários ficando cada vez mais genéricos. Falta imaginação também no roteiro - tanto do enredo como no prosseguimento das fases, que é basicamente linear, com algum espaço para exploração, mas por vezes confuso para achar a próxima saída.
Licença para abrir portas
Durante o desenvolvimento do game, a Midway fez estardalhaço do sistema de esquadrão. Os seus companheiros são mesmo indispensáveis, mas por um motivo nada empolgante: aparentemente, só eles conseguem abrir portas. Pois, em combate, seja qual for o nível de moral do grupo, não fazem muita diferença. Nada de perder tempo com tática de flanqueio ou coisa parecida: pense que você está sozinho nesta luta. Ao menos, não é trabalhoso dar ordens para seu grupo: apenas um botão é usado para isso.
Os controles são básicos de qualquer jogo de tiro em primeira pessoa. E o sistema de energia também: o jogador morre quando leva muitos danos continuamente, recuperando a força quando consegue se abrigar. Além de lidar com uma variedade de armas, o jogador pode usar artilharias (ou mandar alguém utilizá-las). Há também veículos, no qual se pode assumir a direção ou a arma montada, se houver. Aqui, há certa resistência aos controles, que transporta a mesma mecânica de quando se está a pé, e isso é um tanto estranho.
Tiros no vazio
Sem muitas surpresas (mas com alguns sustos), a campanha não empolga muito, mas tem boa duração. Naturalmente, sendo um game de tiro em primeira pessoa, traz um multiplayer. Mas nesse game só é possível jogar online. Até dez participam das modalidades, que são as básicas mata-mata individual, mata-mata por times e capture-a-bandeira. A única mais ou menos original é a abduction, no qual os humanos tentam se salvar e os não-humanos tentam infectar os primeiros.
As partidas rolam de forma satisfatória, sem muito problema com tropeços de conexão, mas o problema é a falta de inspiração e, nesse modo especificamente, de acabamento. Também é difícil engolir que apenas dois mapas estão disponíveis para capture-a-bandeira. Enfim, provavelmente, o único incentivo para passar mais tempo que o desejado no multiplayer ou refazer a campanha são as conquistas.
Visualmente, "Blacksite: Area 51" tem momentos de brilho (como é o caso da reprodução do Iraque, por exemplo), mas na maior parte do tempo, os cenários são pouco inspirados. O maior mérito foi ter usado a Unreal Engine 3, uma tecnologia realmente capaz, mas os méritos técnicos e artísticos estão a anos-luz de "Gears of War". Com poucos objetos destrutíveis ou móveis, o cenário parece sem vida. Há algumas partes grosseiras, como na definição de sombras.
A trilha sonora é algo que se espera de um game desse tipo, mas nada memorável. Os efeitos de tiro até tem impacto, porém deixa a desejar a sonoplastia da explosão. A dublagem tanta capturar o estereótipo do soldado durão e seu senso de humor típico, no entanto, o resultado não é nada fora de série.
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